Receptor Superregenerativo

Telecom em geral

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Mensagempor MOR_AL » 26 Ago 2009 19:22

Sergio.
Ainda estou na fase embrionária do projeto. Não decidí nem a frequência que vou trabalhar. Gostaria de 433MHz, mas talvez a maior seja mesmo lá pelos 315MHz, conforme sugestão do Egipts. Nem sei se a minha ponta de prova do osciloscópio responde. Antes tenho que fazer a tal ponta ativa para RF. Sendo assim, seria prematura minha necessidade dos SAWs. O importante é usar, no futuro, componentes fáceis de encontrar e com um preço que valha a pena comprar.

HC908.
Entrei no site sugerido. Não é do tipo de loja virtual, que você digita o componente e aparece o preço. Parece que tem que entrar em contato com eles, ou através de email, ou através do cadastro. Vou guardar esta dica para a hora certa. Grato.

Djalma.
Entendi e não entendi. Entendi o procedimento, porém não visualizei a necessidade. Estes retângulos não poderiam ser substituídos por retângulos de cobre da própria placa de CI? O plano terra seria a outra face da placa. Como você pode notar, ainda tenho que aprender como evitar (ou reduzir) os efeitos de componentes espúrios, gerados em montagens com RF.

Egipts.
Por acaso havia comprado alguns transistores MPSH10 para começar a brincar. Comprei mais pelo preço, na Milcomp.
Quanto ao capacitor C1. Não sei se você sabe, mas aí vai. O transistor possui capacitâncias entre seus elementos (base, coletor e emissor). Eles variam com a corrente de polarização, com a tensão base-coletor e, consequentemente, com a temperatura. Por este motivo é que se costuma fazer com que C1 seja muito maior que as capacitâncias espúrias, para que a frequência de ressonância varie menos com os parâmetros, corrente e temperatura. Nem sempre é possível manter um capacitor C1 no circuito. À medida que a frequência aumenta, o valor de C1 diminui, aí só resta a capacitância do transistor, que não pode ser retirada. Mas elas podem ser reduzidas, aumentando-se a tensão entre o coletor e a base, e escolhendo-se convenientemente a corrente de polarização.
Os dois circuitos são fundamentalmente iguais. Está faltando uma ligação entre o emissor e a junção C1-C2 no segundo circuito.
Outro detalhe é que na especificação do SAW, consta a seguinte linha:
Frequency Tolerance ∆F/FO AT 25ºC ±50 ±500 kHz .
A dimensão (Frequency Tolerance) é compatível com o parâmetro (kHz), mas o símbolo é adimensional (∆F/FO) , variação de frequência sobre frequência.
Hoje em dia encontramos muito disso. Eu não me lembro de encontrar isso em empresas de porte como a National, Motorola, etc. Bom. Mas nada que impeça de ir em frente.

Grato a todos.

MOR_AL
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Mensagempor Djalma Toledo Rodrigues » 26 Ago 2009 21:38

MOR_AL escreveu:Djalma.
Entendi e não entendi. Entendi o procedimento, porém não visualizei a necessidade. Estes retângulos não poderiam ser substituídos por retângulos de cobre da própria placa de CI? O plano terra seria a outra face da placa. Como você pode notar, ainda tenho que aprender como evitar (ou reduzir) os efeitos de componentes espúrios, gerados em montagens com RF.
MOR_AL

Sim claro. Mas, em um protótipo de RF onde ficariam esses retângulos?
Qual sera o comprimento das bobinas?
E se for necessário adicionar mais componentes?

Esse Método da Universidade Manhatan é rápido, fácil, permite ligações mais curtas possível, e da total liberdade de fazer, modificar, desfazer...
.
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Mensagempor MOR_AL » 27 Ago 2009 00:09

Ok, Djalma.
Agora entendi.
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Mensagempor egipts » 27 Ago 2009 18:38

MOR_AL, os valores das capacitâncias do transistor e de C1 e 2 não influem significativamente na freq. de oscilação do Saw e consequentemente também não influem na freq. do transistor. O que varia, e muito, é o sinal de saída gerado pelo Tx. O uso destes capacitores aproxima o sinal de saída de uma senóide pura, deixando a onda menos quadrada, aumentando o rendimento do transmissor e vida das baterias. Entre os circuitos que fiz e os que já vi, a maior diferença na polarização do transistor está no Re e depende basicamente de Vcc (ex.: 6V / 100R).

De fato, está faltando a junção na fig. 2 do site da Hosonic.

Vale lembrar que os receptores disponíveis no mercado tem largura de recepção de cerca de +/- 2MHz, o que torna telerável estes desvios de 500kHz. Se não me engano os MicRF tem largura menor, 1MHz.

Abraço, egipts.
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Mensagempor MOR_AL » 27 Ago 2009 19:56

O resistor de emissor melhora a estabilidade da corrente de polarização do transistor. Quanto maior melhor a estabilidade. Mas também reduz o ganho do circuito, daí o desacoplamento produzido por C2. Com ele a impedância de emissor, para a frequência de oscilação, cai bem abaixo do valor do resistor de emissor. Aí se consegue ganho com estabilidade para o circuito. O capacitor C1 tem a função de sintonizar, com L1, na frequência de ressonância do SAW. C1 com L1 formam um circuito LC em paralelo. Com isso a saída fica tendendo a ser senoidal. Tendendo porque a energia de RF transferida para antena e irradiada por ela, forma uma carga resistiva, reduzindo o fator de qualidade (Q) do circuito sintonizado. O valor deste capacitor (C1) não pode ser muito alto, porque ele, também envia uma parte da RF para terra (via C2). A tensão existente no coletor vai ser realimentada positivamente para a base (via capacitancia entre base e coletor). Acho que o SAW fica sintonizado na sua ressonância paralela, fornecendo uma alta impedância na frequência de oscilação, e com isso, uma boa realimentação positiva.
Se o valor de C2 não fosse grande, a ponto de não curtar o resistor de emissor lá na frequência de ressonância, então o SAW não seria necessário, uma vez que a realimentação positiva ocorreria via emissor. Como há o SAW, muito mais estável que o circuito sintonizado, o capacitor C2 deve ter a função de curtar o resistor de emissor.
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PS: Esta minha análise pode estar correta, porém, dependendo do valor de C2, o circuito poderá oscilar devido a outra explicação.
É como meu professor dizia. Oscila de qualquer jeito, hehehe!!! :lol:
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Mensagempor egipts » 27 Ago 2009 21:38

Olá, tá ficando legal essa discussão... rs

Bom, discordo um pouco sobre a parte final em dois pontos:

"A tensão existente no coletor vai ser realimentada positivamente para a base (via capacitancia entre base e coletor)."
Isso só aconteceria, ao meu ver, se a resistência de base fosse bem maior, já que o valor dessa capacitância é bem pequeno.

"Se o valor de C2 não fosse grande, a ponto de não curtar o resistor de emissor lá na frequência de ressonância, então o SAW não seria necessário, uma vez que a realimentação positiva ocorreria via emissor. Como há o SAW, muito mais estável que o circuito sintonizado, o capacitor C2 deve ter a função de curtar o resistor de emissor."

Confesso que não entendi bem o que tá escrito nessa parte, ficou meio confuso, principalmente porque o SAW oscila sozinho. Pelo que me consta ele não precisa de capacitores adicionais para oscilar.

Para ajudar em nosso raciocínio, segue abaixo um circuito de transmissor 315MHz, usado em portões e alarmes residenciais, que oscila com ressonador LC.

Imagem

Obs.: Vcc = 12V (A23). A freq. é ajustada através do trimmer. O curto-circ. em paralelo com o trimmer é a Loop-Antenna.


Abraço, egipts.
egipts
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Mensagempor MOR_AL » 28 Ago 2009 00:47

egipts escreveu:Olá, tá ficando legal essa discussão... rs

Bom, discordo um pouco sobre a parte final em dois pontos:

"A tensão existente no coletor vai ser realimentada positivamente para a base (via capacitancia entre base e coletor)."
Isso só aconteceria, ao meu ver, se a resistência de base fosse bem maior, já que o valor dessa capacitância é bem pequeno.


Na base há o resistor de 200k, o SAW e a própria base. Acredito que o SAW possua um circuito equivalente de um cristal. um RLC série com um Cp em paralelo. O SAW possui duas ressonâncias quase que na mesma frequência. Uma devido ao RLC série, que apresenta uma impedância baixa na frequência série fs, e a outra devido à ressonância paralela, que apresenta uma impedância alta na frequência de ressonância paralela fp.
A impedância de base até o emissor é função da corrente de polarização do transistor, que no nosso caso é fixa nas frequências de ressonância.
Então, quem altera a impedância na base é o SAW. Na ressonância paralela é como se o SAW saisse do circuito (impedância alta). Com este aumento de impedância o capacitor entre o coletor e a base transfere mais tensão para a base. Esta tensão é defasada de 180graus pelo transistor (de base para coletor), o que geraria uma realimentação negativa. Mas ocorre que o SAW se encontra na ressonância defasando o sinal em 180 graus também. Isso gera uma realimentação positiva, fazendo com que o circuito oscile. A condição mínima para que um circuito oscile é que o seu loop (base para coletor e esta para a base) possua ganho um e fase zero. Com um ganho maior que um, a saída (coletor) tende a produzir uma onda quadrada, o circuito amplificador opera em classe "C". A frequência fundamental é determinada pelo SAW. Como o ganho é proporcional a impedância existente no coletor, ao se colocar um circuito sintonizado (paralelo) no coletor, o ganho será alto apenas na frequência do sintonizado. Como ele apresenta um fator de qualidade (Q) bem menor que o do SAW, então a frequência de ressonância do SAW tende a aparecer no coletor como algo senoidal.
egipts escreveu:"Se o valor de C2 não fosse grande, a ponto de não curtar o resistor de emissor lá na frequência de ressonância, então o SAW não seria necessário, uma vez que a realimentação positiva ocorreria via emissor. Como há o SAW, muito mais estável que o circuito sintonizado, o capacitor C2 deve ter a função de curtar o resistor de emissor."

Confesso que não entendi bem o que tá escrito nessa parte, ficou meio confuso, principalmente porque o SAW oscila sozinho. Pelo que me consta ele não precisa de capacitores adicionais para oscilar.
...


Olha. Eu posso estar errado, pois não conheço bem o SAW, mas acredito que ele seja um circuito passivo e que seu circuito equivalente seja idêntico a qualquer cristal. As placas que existem nos contatos formam um capacitor entre eles. O cristal, ou cerâmica, ou o que existir entre os contatos, vai possuir uma ressonância série, que é função da distância entre as placas e da velocidade de propagação da onda ultrasônica neste meio. Acredito também que a estabilidade da frequência com a temperatura, se deve ao fato de que o material entre as placas se dilata pouco com ela. Com isso as distâncias ficam quase que constantes e a frequência de ressonância fica estável. Este é o princípio dos cristais e cerâmicas usados para gerar clock e osciladores.
Os "capacitores adicionais". Um deles fornece a realimentação do sinal (capacitância entre base-coletor), e o outro faz o ganho ficar alto (capacitor de emissor).


Não incluí o comentário do circuito exposto, porque não acho que seja uma boa hora. Mais tarde, quando esgotarmos a análise do oscilador comentado, talvez seja uma opção. Também ainda não entendi o funcionamento do oscilador. Parece algo incomum.
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Mensagempor EDSONCAN » 28 Ago 2009 06:56

Aquele curto no trimmer ficou estranho.
Sempre projetei isso foi baseado em oscilador clopitts.
O SAW é um filtro, como um oscilador é um amplificador realimentado vai acabar oscilando na frequencia do filtro SAW.
Dica para vc Mor_AL, projete a bobina a maior possivel, pois ela acaba servindo de antena.
Trimmer variam com temperatura e vibração na epoca colocavamos um pequeno pedaço de terminal de resistor sobre a bobina na parte dos componentes da pcb com uma ponta no gnd e a outra sem conectar em nada, movendo sobre a bobina voce provoca desvio de frequencia, depois e cola quente.
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Mensagempor MOR_AL » 28 Ago 2009 08:59

Edson.
"Aquele curto no trimmer ficou estranho. "
Na verdade é uma bobina. Só precisava colocar no diagrama.
"Sempre projetei isso foi baseado em oscilador clopitts."
Os osciladores Colpitts são muito bons. A vantagem é que usam capacitores na realimentação. Isso ajuda a deixar a oscilação menos sensível às capacitâncias do transistor.
"O SAW é um filtro, como um oscilador é um amplificador realimentado vai acabar oscilando na frequencia do filtro SAW."
Foi o que eu conclui, na postagem anterior.
"Dica para vc Mor_AL, projete a bobina a maior possivel, pois ela acaba servindo de antena."
Ok.
"Trimmer variam com temperatura e vibração na epoca colocavamos um pequeno pedaço de terminal de resistor sobre a bobina na parte dos componentes da pcb com uma ponta no gnd e a outra sem conectar em nada, movendo sobre a bobina voce provoca desvio de frequencia, depois e cola quente. "
É uma boa dica. Nestas frequências qualquer coisa vira capacitor ou bobina.

Bom. Acho que a partir daqui já tenho informações suficientes para ir em frente. Estou terminando dois projetos, e logo começarei a atacar este.
Obrigado a todos vocês pelas colaborações. Assim que eu tiver algo eu posto aqui.
Abraços.
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Mensagempor egipts » 28 Ago 2009 14:25

Olá, vou precisar de uns dias para digerir estes conceitos descritos por você Mor_al. Vou dar uma lida na teoria sobre osciladores e semi-condutores para RF para clarear as idéias. Assim que conseguir um tempinho volto para esse tópico...

Obs.: o curto no trimer é a Loop antena, que nada mais é do que uma trilha na PCB. Ela é uma bobina de uma espira e não deve ter um núcleo muito grande (espaço/distância entre a trilha que vai e a que volta). No sch não há o componente porque o desenho (PCB) é feito com a própria trilha.

Imagem


Imagem


Obs.2: se forem colocados capacitores em paralelo e/ou em série com o trimer a variação que ele apresenta pode ser bem reduzida.

Abraço, egipts.

.
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Mensagempor MOR_AL » 29 Ago 2009 11:00

egipts escreveu:Imagem

Com relação a este circuito. Se lembra que falei, que basta fazer um amplificador com alto ganho e um sintonizado, que oscila!!! Já que o oscilador funciona, acho que deve estar acontecendo o seguinte:

1 - A frequência é muito alta, logo qualquer descuido com os componentes ou trilha pode virar capacitância ou indutância espúria. Pois é.
2 - Para oscilar, o coletor envia parte de sua tensão para a base via capacitor de 3,3pF. Mas note que, contrariamente à uma de minhas postagens, neste circuito não há o SAW (um sintonizado qualquer para defasar o sinal em 180º). Então como é que pode estar oscilando?
Primeira parte do chute:
As 23 espiras do indutor de 1mH criam uma capacitância entre elas, formando um curto para Vcc. Como sabemos entre Vcc e o terra há um curto para AC, logo a bobina de 1mH apresenta um curto para terra para os sinais de oscilação (centenas de mega Hertz, mas não para mega Hertz).
Segunda parte:
O início da bobina (lado do capacitor de 3,3pF), juntamente com a trilha até este capacitor, formam uma pequena indutância, menor que a da antena. Isso deve ser suficiente para, junto ao capacitor de 3,3pF, gerar uma pequena tensão de oscilação. Note que aí, o sinal estaria sendo tomado do lado oposto ao do circuito sintonizado do coletor. Em outras palavras, o sinal estaria defasado de 180º. Com os 180º da defasagem entre base e coletor, formam 360º, ou 0º. Estaria aí formada a condição de oscilação. Ganho de loop (base para coletor para a base) maior que um e defasagem de 0º.
Acredito que este tenha sido um dos meus maiores chutes. :lol:
Se não for isso, paciência :oops:
MOR_AL
PS: Pode haver também a contrinuição da indutância criada pela trilha entre base e o capacitor de 3,3pF. Este filete é de tamanho relativamente grande, comparado ao tamanho da antena.
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Mensagempor MOR_AL » 28 Dez 2010 20:58

Olá pessoal!
Decidi estudar mais um pouco dobre o receptor super regenerativo e acredito que, agora, eu entendi o suficiente para projetá-lo.
As especificações seguem adiante, e os comentários, logo a seguir:

1 - Frequência de recepção: 433MHz.
Bom. Usei o meu osciloscópio que não responde até os 433MHz, mas pode ser observada, na saída, a forma de onda característica que representa o seu funcionamento. Isso ocorreu, em parte, pois apareceu uma oscilação em cerca de 10MHz, onde deveria aparecer os 433MHz. Como o osciloscópio não responde, não sei explicar o porque dela. Uma das hipóteses (remota) é que o sampling rate do osciloscópio está alterando a forma de onda. Já alterei o valor de diversos componentes para verificar se a frequência de 10MHz alterava. Sem alteração.

2 - Taxa de transferência de dados.
A taxa de transferência dependerá da taxa de interrupção da oscilação do receptor. Sim. O receptor também oscila na frequência de ressonância, só que é interrompido periodicamente. Aliás essa é a característica do receptor Super regenerativo. O receptor Regenerativo não possui essa taxa de interrupção porque ele não oscila.
Consegui que a taxa de oscilação pulasse para cerca de 290kHz. Cerca de 10 vezes superior à taxa de 30kHz, usada para frequências de voz (até 3400Hz). Quando (... e se) eu conseguir fazer funcionar completamente, A taxa de dados poderia alcançar cerca de 5 a 10kb/s.

3 - Transistor. Usei, inicialmente, o MPSH10, que já havia comprado. Ele tem uma fT de 650MHz (ganho 1). Mas essa condição é alcançada para uma corrente de coletor de 4mA e Vce de 10V. Minha fonte foi especificada para 4,5V (tres pilhas de 1,5V). No início, seguindo um excelente site ( http://www.eix.co.uk/Articles/Radio/Welcome.htm ), coloquei uma corrente de coletor de 100uA, para consumir pouco. Mas o receptor não oscilou. Certamente porque a tensão Vce é pequena e a corrente é menor ainda. Aí passei para 1mA, obtendo alguma melhora, porém com algumas inconstâncias.
Aí experimentei o transistor BFY90, com uma fT de 1GHz, @ Ic = 2mA e Vce = 5V. Esses valores já são bem mais próximos do meu projeto. O circuito oscilou. Sei disso porque, quando oscila, aparece uma tensão na saída, com o formato de uma onda quadrada que passou por um filtro passa baixas, na frequência de interrupção da oscilação. Além desse detalhe, a tensão de emissor atingia um valor tal que o transistor entrava no corte. Característica esperada.

4 - Montagem.
Frequências dessa ordem de grandeza exigem ligações curtas e diretas. Como já afirmei, qualquer filete vira um capacitor ou um indutor. Por isso, decidi fazer uma placa de CI. Apesar de não ser montagem SMD, essa parte ficou dentro de uma PCI com 3,7 cm por 1,8 cm. A indutância de coletor ficou em cerca de 11,5nH, que agora acho bem baixa. Talvez seja melhor aumentar esse valor pois a indutância, feita com filetes em forma de quadrado, ficou com 10 mm por 10 mm. Essa medida foi obtida, através de cálculo em um dos sites encontrados na internet.

Problemas encontrados:

1 - Usei um transmissor de alarme de carro para sintonizar o receptor. São daqueles de 433MHz. O problema é que só obtinha os bits na saída do receptor (40mVpp), quando o transmissor ficava a menos de 10 cm do receptor. Mesmo incluindo um pedaço de fio (até 10 cm) como antena, não foi possível melhorar a sensibilidade. Vou fazer outra PCI com um indutor maior para ver se ele aumenta a sensibilidade, pois ele funciona como antena também.
Outro detalhe, é que conheço pouco sobre montagem de circuitos em altíssimas frequências. Sei apenas o básico. Coloquei o trimmer quase que no meio do loop do indutor. Ví em um circuito de campainha (dessas sem fio), que alguns componentes estavam dentro do loop do indutor de sintonia, mas eram apenas componentes SMD (2 capacitores). O trimmer estava bem na periferia do loop. Vou incluir esse detalhe na nova montagem.

2 - É necessário incluir um pré-amplificador, que apresente uma alta impedância de entrada, para não reduzir o nível do sinal, e um filtro passa-baixas, para filtrar o sinal de interrupção da oscilação. Quero colocar um pequeno amplificador de potência para poder "ouvir" o que está sendo recebido.

Por enquanto é isso. Caso vocês se interessem pela parte do projeto em si, seguem os links das páginas escaneadas. Mas atenção. Apesar dos cálculos estarem corretos, fiz algumas modificações, como por exemplo, a alteração da corrente de coletor e o valor do choque de VHF, dentre outras. Apesar dessas alterações, pode-se calcular o receptor para outras frequências e polarizações, bastando apenas alterar os parâmetros desejados e entrar nas equações.
Em tempo: Quando me refiro ao tutorial, é o site informado acima.

http://www.mediafire.com/?9z0ivb7y992cv94

http://www.mediafire.com/?e33jrz0fjtrjnct

http://www.mediafire.com/?d0kgg4lxxrv2ccn

http://www.mediafire.com/?9do1kr0spubr7fp

http://www.mediafire.com/?9hruun90t5ftz9u

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Mensagempor MOR_AL » 31 Dez 2010 07:25

EDSONCAN escreveu:...Trimmer variam com temperatura e vibração na epoca colocavamos um pequeno pedaço de terminal de resistor sobre a bobina na parte dos componentes da pcb com uma ponta no gnd e a outra sem conectar em nada, movendo sobre a bobina voce provoca desvio de frequencia, depois e cola quente.Edson

Edson. Explique com maiores detalhes, se possível coloque uma foto.
Você trocou um trimmer por um capacitor fixo e um variável, formado pelo terminal do resistor, no circuito sintonizado em fo?

Continuando sobre o meu projeto:

A forma de onda do emissor estava uma ruideira só. Pensei que havia algum problema. Alterava a capacitância do trimmer até que ficasse um nível cc. Nessa condição o circuito mostrava os pulsos gerados pelo meu transmissor (alarme de carro a 5 cm do indutor do receptor) com 50mvpp.
Agora entendi. Nessa última condição, sem a ruideira, o receptor se torna um Regenerativo, consequentemente, com ganho menor que o Super Regenerativo. A ruideira é característica do receptor Super Regenerativo e também apresenta uma onda quadrada integrada (que passou por um filtro passa-baixas frequências). Nessa condição, o ganho do circuito aumenta enormemente em relação ao do receptor Regenerativo. Os dados ficavam mascarados pela ruideira, porém, como era formada por frequências bem mais altas que os dados, foi facilmente retirada com um estágio de filtro simples com ganho, com um transistor.
Depois dessa descoberta, o receptor captou o transmissor até onde eu pude levá-lo, a cerca de 8m de distância. O legal é que esse receptor, com tão poucas peças, ainda apresenta um controle automático de ganho (CAG). Ao variar a distância entre Tx e o Rx, a amplitude do sinal dos dados varia pouco.
Posteriormente tentarei aumentar um pouco essa distância, porém não quero aumentar muito. O desejado seria algo dentro dos limites de uma casa, ou 20m.
Quando terminar eu posto todas as informações.

Observei que a ponteira do osciloscópio, no emissor do transistor, de alguma forma contribuia para a deteção ser boa. Ao retirar a ponteira, o ganho do circuito cai, captando o sinal a uma distância apenas de 1m, em relação aos 8m antes obtido.
Tirei a ponteira e reajustei a ressonância para um máximo de sinal:
1 - O ganho fica baixo. Recepção a 1m apenas.
2 - Considerei que a ponteira possui uma capacitância. Incluí capacitores de diverosos valores, quase sem efeito.
3 - Incluí um pedaço de fio rígido com 1/4 de comprimento de onda (+/- 16cm) como antena. Ora no coletor, ora no emissor. Melhorou um pouco. Quase irrelevante.
Acho que a ponteira faz o papel de capacitor e de antena. Já incluí os dois mas o efeito foi insignificante....


PS: Estou ciente que hoje podemos comprar um receptor desses por cerca de oito reais e que já vem pronto. Mas estou fazendo este projeto com a intenção de adquirir conhecimento sobre o assunto. Talvez eu consiga aumentar a taxa de dados, em relação ao receptor comercial, mas se isso ocorrer, será apenas um diferencial.
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Mensagempor MOR_AL » 24 Fev 2011 19:10

Olá pessoal.
Finalmente cheguei a um ponto em que posso dizer que entendo o funcionamento do receptor Super Regenerativo.
Deu trabalho mas valeu a pena. Esse assunto já estava atravessado na minha mente há mais de 20 anos e eu sempre quis entendê-lo e projetá-lo, mas faltava conhecimento.

Seguem algumas figuras do "dito-cujo".

Diagrama do receptor (433MHz) até a deteção do sinal em V01 (ainda analógico, não digital).

Imagem

Montagem da parte de RF do receptor (até V0). O restante foi montado em ProtoBoard.

Imagem

Nível do sinal analógico com o transmissor a 10m (dentro de casa não tinha mais espaço). O sinal é do canal 2 do osciloscópio (200mV/divisão) e a saída é em V01. O transmissor foi aquele alarme de automóvel/chaveiro.

Imagem

Como afirmei antes, não vale a pena montá-lo, pois por cerca de R$15,00 já tem pronto, com melhor layout e menor para vender.
Valeu apenas para eu aprender a projetar um receptor Super Regenerativo.
Valeu pelo aprendizado.
Caso alguém tenha alguma pergunta que eu saiba responder, é só perguntar, ok?! :wink:
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Mensagempor Silvio51 » 16 Mai 2011 18:36

MOR_AL escreveu:Olá pessoal.
Finalmente cheguei a um ponto em que posso dizer que entendo o funcionamento do receptor Super Regenerativo.
Deu trabalho mas valeu a pena. Esse assunto já estava atravessado na minha mente há mais de 20 anos e eu sempre quis entendê-lo e projetá-lo, mas faltava conhecimento.

Seguem algumas figuras do "dito-cujo".

Diagrama do receptor (433MHz) até a deteção do sinal em V01 (ainda analógico, não digital).

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Montagem da parte de RF do receptor (até V0). O restante foi montado em ProtoBoard.

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Nível do sinal analógico com o transmissor a 10m (dentro de casa não tinha mais espaço). O sinal é do canal 2 do osciloscópio (200mV/divisão) e a saída é em V01. O transmissor foi aquele alarme de automóvel/chaveiro.

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Como afirmei antes, não vale a pena montá-lo, pois por cerca de R$15,00 já tem pronto, com melhor layout e menor para vender.
Valeu apenas para eu aprender a projetar um receptor Super Regenerativo.
Valeu pelo aprendizado.
Caso alguém tenha alguma pergunta que eu saiba responder, é só perguntar, ok?! :wink:
[]'s
MOR_AL


MOR_AL... houve uma época (quando eu tinha banda de Rock) que tentei "projetar" alguns pares Transmissor e Receptor não para transmitir dados mas sim sons de instrumentos como guitarra e baixo. Lembro que quase enlouquecí com o fator: Estabilidade.

Nestes dispositivos, simplesmente aproximando a mão da antena tínhamos um ruído desgraçado junto com desvios nas frequências de oscilação. Você encontrou estes tipos de problemas ?
Silvio51
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