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ic dimmer para fluorescentes

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 15:40
por rcakto
pessoal, estava seguindo esse Reference Design da freescale, mas nao acho o chip no site deles, sem contar que o RD é de 2005...

Alguem sabe me informar um chip e um RD melhor e se possivel mais completo e que atenda as normas nacionais e internacionais??

Re: ic dimmer para fluorescentes

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 16:00
por andre_luis
Dimmer p/ fluorescentes ?
Até onde sei, não existe e nem é possível de ser feito.

+++

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 16:21
por Red Neck Guy
Sim, existe e é possível.
O que não dá pra fazer é utilizar o dimmer "normal" para isso...
No caso da lâmpada fluorescente, o circuito deve primeiro realizar a "partida" dela, pra depois variar a tensão.

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 17:53
por rcakto
aquino, ja vi circuito onde a lampada ja acendia com 25khz de partida, o problema e que a placa tava com todos os componentes raspados e nao podia retirar nada pois nao era meu o reator, era em uma casa onde tava instalando a automação...

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 18:30
por Red Neck Guy
Bom, acho que a frequência não quer dizer nada nesse caso...
A lâmpada tem duas fases, falando de uma forma bem grosseira:
Com a lâmpada desligada e fria, aplica-se um tensão alta pra ionizar o gás. A partir disso baixa-se a amplitude pra o valor nominal dela pra ficar dentro da luminosidade pra que ela foi projetada e toda aquela frescurada lá.

Acontece que depois da partida, tu pode variar um pouco a tensão pra cima e para baixa que irá ocorrer uma variação de intensidade luminosa.
A principio, um reator com controle de intensidade - estilo dimmer - pode ser contruído com componentes discretos tipo o TL494, SG3525. Mas, também poderia ser contruído com mcus com pwm.
Eu fiz uns testes com reatores pra ver se era viável confeccionar e comprovei o que estou te dizendo.

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 18:32
por Red Neck Guy
Em tempo, o componente magnético de qualquer reator é algo extremamente f*d* de projetar. Eu copiei um da OSR*M.

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 18:49
por EvandrPic
Já viu esse da Saber eletrônica?
Dimmer para fluorescentes
Esses dispositivos possuem uma curva característica que antes lembra a de um DIAC ou mesmo de um TRIAC com disparo constante.
Newton C. Braga

http://www.sabereletronica.com.br/secoes/leitura/339

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 19:09
por rcakto
Evandro, vi sim, foi de la que eu achei o RF da freescale, mas boa parte da documentação nao fala muito sobre o que realmente faz o circuito funcionar.

bem porcamente falando, o reator é uma fonte chaveada, onde a ondulação da frequencia controla a intensidade da luminosidade, por isso que a frequencia minima de trabalho geralmente esta em torno dos 25 a 30khz, e isso depende do modelo da lampada... mas utilizando aquele IC voce tem o problema dos indutores que o Aquino falo.... calcular eles vai ser um PORRE, sem contar que a viabilidade financeira do projeto provavelmente deve ir pela vala, vo acabar tento de gastar 200 pila em um reator que ja possue essa função de dimmer, mas gostaria de fabricar o meu proprio modelo para baratear....

Aquino, teria algum material para fornecer??

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 19:24
por Red Neck Guy
O cálculo do componente magnético cai naquela bibliografia que o MOR_AL citou num tópico sobre fontes chaveadas.
Mas não a variação da frequência que faz o controle da intensidade, e sim a variação da amplitude da tensão sobre a lâmpada.
Não confunda. A priori, você pode fazer um reator em 60HZ, fazer um enrolamento de start com desacoplamento com bi-metal e fazer a variação da intensidade após a partida com um dimmer "convencional" que deixe o grau de disparo mínimo num valor que não a apague.

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 19:30
por rcakto
aquino, me exprecei mal... vrdade, a frequencia em si fica diretamente relacionada ao angulo de disparo dos triacs...

MensagemEnviado: 17 Jul 2011 23:25
por MOR_AL
Bom.
A curva da lâmpada fluorescente é semelhante a de uma lâmpada qualquer de arco sobre vapor de (ions?).
Precisa ultrapassar uma certa tensão para começar a conduzir. Depois é só manter a corrente.
O circuito ideal (minha opinião) é uma fonte de corrente.
Por definição, uma fonte de corrente fornece a corrente especificada, qualquer que seja a resistência de carga.
Por exemplo, se I = 1A e R = 1 ohm, a tensão sobre a resistência será de 1V.
Se I = 1A e R = 1000 ohms, a tensão sobre a resistência será de 1000V.
Ou seja, a corrente é fixa e a tensão produzida é a que satisfaz a lei de ohm.
Um circuito prático de fonte de corrente é uma fonte chaveada com a topologia flyback. Porquê?
Porque esse tipo de fonte funciona em duas etapas.
Na primeira ocorre o armazenamento de energia no indutor do primário Lp. A quantidade de energia no primário vale:
Ep = (1/2) * Lp * Ip * Ip, onde
Ip é o valor da corrente que o indutor Lp possui, quando termina o período de condução da chave (transistor, mosfet, etc) que fica em série com a fonte e o indutor.
Na segunda etapa, essa energia contida no meio magnético que envolve os indutores primário e o secundário (Ls), é transferida para o indutor secundário. Quando a chave abre, a tensão inverte e o diodo de secundário conduz.
Nessa etapa, tudo se passa como se o indutor de secundário procurasse descarregar.
O circuito de secundário produz uma tensão alta, até que comece a conduzir sobre a carga.
Se a carga for uma lâmpada fluorescente, então a tensão de secundário aumenta até atingir o valor de condução da lâmpada. A medida que a corrente aumenta, a tensão sobre a lâmpada cai, de acordo com a curva v x i da lâmpada.
Essa corrente cai, na medida que a energia do indutor secundário vai se reduzindo até zerar.
Após isso o ciclo se repete.
Já fiz muitos circuitinhos de 12V para alimentar a lâmpada fluorescente.
Imagem
D1 e L2 não existem, e L1 é Lp e L3 é Ls.
Na realidade, D1 e L2 servem para devolver para a fonte, a energia de cada pacote, caso não haja carga na saída.
A lâmpada acendia mesmo que seus filamentos estivessem queimados.
Meu circuito possuía um transistor, um capacitor em Vcc, um capacitor de primário, junto com dois resistores, um transformador, que funcionava com três indutores acoplados magneticamente (Lp, Lr e Ls), um diodo de secundário (1N4007 mesmo), um capacitor de secundário e a lâmpada fluorescente.
Era realmente um circuito do tipo Xing Ling.
Podia se curto-circuitar a saída que ele não queimava. O maior problema é que se não houvesse carga, a tensão subia a ponto que queimar o transistor.
Bom. Para controlar a intensidade luminosa, bastaria acionar a chave com um acionamento PWM. Mas o delta não pode passar de 50%. Na verdade, como a carga (lâmpada) não é uma carga normal, o valor máximo do delta tem que ser obtido experimentalmente.
Diminuindo-se o delta, diminui-se o valor de pico da corrente no indutor Lp, o que diminui a energia transferida.
Pode-se pensar que cada ciclo possui um pacote de energia e que cada pacote pode ser alterado com a alteração do delta.
Se o acionamento for um PWM, então o número de "pacotes", por unidade de tempo, é fixo, mas o valor da energia em cada pacote pode ser variado. Com isso pode-se fazer o tal dimmer.
MOR_AL

MensagemEnviado: 18 Jul 2011 09:04
por zazulak
Olá gente,

sim, dimmer para fluorescente já existe há anos: o controle de brilho dos notebooks, monitores e tvs lcd é feito assim.

Como o MOR_AL disse, via de regra estes circuitos usam feedback de corrente para controlar o brilho da lâmpada. É claro que existe uma monitoração de tensão, mas apenas para fins de proteção (desligar o inversor em caso de lâmpada desconectada).

Sobre as topologias, dá pra citar 4:

- meia ponte. Neste caso, o controle não é PWM. As duas chaves operam simetrica e alternadamente, e a variação do brilho é feita variando-se a frequência. Como a lâmpada apresenta um comportamento capacitivo em altas frequências, quanto maior a frequência, menor a impedância e maior a corrente.

- ponte completa. Neste caso, cada lado da ponte opera como no meia ponte, e o que determina o brilho da lâmpada é a diferença de fase entre o chaveamento dos dois lados.

- Push pull. Controle pwm, como numa fonte chaveada. Não é muito usado.

- Ressonante. Há um circuito auto oscilante com dois transistores, alimentado por um conversor abaixador de tensão. Segue um exemplo: Imagem

Para quem quiser estudar mais sobre os integrados usados neste dipo de controle, segue o datasheet de alguns:

http://bbs.dianyuan.com/bbs/u/58/783461192202365.pdf
http://www.utc-ic.com/spec/TL1451.pdf (igual ao BA9741)
http://www.datasheetcatalog.org/datashe ... 5048_1.pdf

MensagemEnviado: 19 Jul 2011 05:19
por edison
A Philips tem um reator dimerizavel.

http://www.akarilampadas.com.br/produto ... vel-87.php

Em conjunto com lâmpadas Super 84 (fluorescentes que tem muito boa reprodução de cores) são usados p/ checagem final de cores ,conforme luminosidade variavel ,na industria automotiva.

É bem "estranho" quando se brinca com eles na primeira vez.

Re: ic dimmer para fluorescentes

MensagemEnviado: 19 Jul 2011 19:23
por KrafT
rcakto escreveu:pessoal, estava seguindo esse Reference Design da freescale, mas nao acho o chip no site deles, sem contar que o RD é de 2005...

Alguem sabe me informar um chip e um RD melhor e se possivel mais completo e que atenda as normas nacionais e internacionais??


http://cache.freescale.com/files/microc ... rch=1&sr=1

Na época eu cheguei a pegar amostras do MCU utilizado, mas não levei o projeto adiante, pois o custo da soluçao apresentada é bem fora da realidade do povo.

Mas o doc tem bastante teoria interessante.

MensagemEnviado: 19 Jul 2011 20:09
por rcakto
pessoal, vlw pela ajuda!!!

KrafT, vc disse o que eu precisava saber realmente... estou projetando um controle de automacao residencial, e estava pensando em criar meus proprios dimmers... mas to vendo que vai ser melhor comprar os ja comercializados e aprender a como controlalos....