Confecção de PCB / PCI - O retorno

É um assunto batido, mas o que eu encontrei foi muita informação dispersa e divergente.
Sofri um bocado nos últimos meses durante a luta pela confecção de algumas PCI decentes para protótipos. Acho válido compartilhar o que eu aprendi com muitos erros e alguns acertos.
Método fotográfico usando emulsão serigráfica
A idéia é maravilhosa, pois promete uma resolução praticamente perfeita por um custo acessível. Mas não é tão simples assim.
A princípio, testei duas emulsões:
* Gênesis verde (resistente à água): Deixou véu (resíduos indesejáveis do material não polimerizado após a revelação) e derreteu no percloreto.
* Saturno rosa (resistente à solvente): Não deixou nada. Nem as trilhas. Com muito carinho, acertei algumas, mas as trilhas também não resistiram ao percloreto.
Com ambas, testei diversos tempos de sensibilização (exposição à luz) até encontrar o ideal para o meu equipamento (improvisado, como de costume). Além disso, usei a famosa técnica de passar mais sensibilizante na placa já revelada e logo expor à luz e ao calor. Sem sucesso.
Para a sensibilzação, usei uma lâmpada vapor metálico de 400W a uma distância de aproximadamente 50cm. Resultados ótimos, apesar de eu ter exagerado na potência. Sensibiliza em aproximadamente 2min30s. Os inconvenientes desse tipo de lâmpada são o tempo prolongado para partida completa e a grande produção de calor (que pode tirar a sensibilidade da emulsão, se não for bem administrado).
Fotolitos fabricados na impressora do escritório, nem pensar. Tem gente que usa vários filmes sobrepostos para deixar mais escurinho e dizem ter sucesso, mas eu preferi investir R$ 8,00 em um fotolito de verdade. Fotografei o fotolito contra a lâmpada vapor metálico para se ter uma idéia da opacidade:
No final das contas, só consegui bons resultados usando cola branca como emulsão. Testei a Cascorez (do rótulo azul) mas ficou véu. A Tenaz (rótulo azul também) ficou 100%. A revelação eu fiz com um rolinho de espuma, é indispensável.
É natural que a cola branca polimerizada também derreteu no percloreto, não seria tão fácil assim. O que resolveu esse problema foi o endurecedor de emulsões HB-72 da Agabê (custa cerca de R$ 10,00 o litro) que eu apliquei com um algodão. Deixei ser absorvido por 5 minutos e torrei com o soprador térmico. Não tenha dó nesse processo, apenas tome cuidado para não formar bolhas na emulsão ou empenar a placa. Testei também o catalisador HB-74 e o endurecedor HB-76 (muito mais caros), mas felizmente o HB-72 me trouxe mais alegria nos resultados.
Depois dessa macumba toda, é só corroer... Ufa. Mas dá trabalho, hem! Só compensa se o protótipo exigir resolução muito boa. As placas abaixo eu confeccionei usando esse processo:
Transferência térmica de toner
A maioria já conhece esse processo muito bem. A questão é: Qual papel?
Usei couchê e ficou legal. Papel de presente mesmo. Também é vendido sem impressão em folhas A4, o que simplifica o trabalho.
No caso do papel de presente, eu recorto um pedaço e colo com fita crepe em uma folha de sulfite. Como os ursinhos da estampa acabam sendo transferidos para a placa também, o acabamento fica muito bom.
...Brincadeirinha. A impressão é feita do lado liso, sem estampa. Usei ferro de passar roupas para fazer a laminação. Depois é só deixar de molho na água por alguns minutos até o papel enrugar. Sai com muita facilidade.
Já fiz também com papel glossy para jato de tinta sendo impresso na laser... Mas é bem mais difícil de tirar e os resultados não são tão bons.
O problemão desse processo é que depende muito da impressora, do toner, do alinhamento dos astros... No meu caso, eu fiz com uma Samsung SCX-4521 (toner recarregado) e ficou razoável. Só que as trilhas acabam derretendo um pouco e se espalhando em alguns pontos, mesmo que eu faça a impressão mais clara.
Corrosão
Peguei uma receita da Ana Maria Braga (no fórum FastPCB) que é assim:
5 partes de HCl (ácido muriático)
1 parte de peróxido de hidrogênio (água oxigenada / não especificaram, mas usei 200 volumes)
5 partes de água torneiral
Só ficaram bolhas e um cheiro de cloro vencido... Não sobrou nenhuma trilha para contar a história.
Tentei também o ácido nítrico. Pensei que não fosse sobrar nem o fenolite, de tão grande a fúria dele. Porém, a tinta serigráfica Etch Resist (da Gênesis), resistiu a esse ácido. Vou deixar para quando eu tiver dominado a técnica do silk. As vantagens dele são a rapidez e o preço (paguei R$ 8,00 no litro em uma loja de produtos para limpeza.)
A princípio, é isso. Me corrijam, acrescentem informações e perguntem o que estiver faltando.
Abracetas!
Sofri um bocado nos últimos meses durante a luta pela confecção de algumas PCI decentes para protótipos. Acho válido compartilhar o que eu aprendi com muitos erros e alguns acertos.
Método fotográfico usando emulsão serigráfica
A idéia é maravilhosa, pois promete uma resolução praticamente perfeita por um custo acessível. Mas não é tão simples assim.
A princípio, testei duas emulsões:
* Gênesis verde (resistente à água): Deixou véu (resíduos indesejáveis do material não polimerizado após a revelação) e derreteu no percloreto.
* Saturno rosa (resistente à solvente): Não deixou nada. Nem as trilhas. Com muito carinho, acertei algumas, mas as trilhas também não resistiram ao percloreto.
Com ambas, testei diversos tempos de sensibilização (exposição à luz) até encontrar o ideal para o meu equipamento (improvisado, como de costume). Além disso, usei a famosa técnica de passar mais sensibilizante na placa já revelada e logo expor à luz e ao calor. Sem sucesso.
Para a sensibilzação, usei uma lâmpada vapor metálico de 400W a uma distância de aproximadamente 50cm. Resultados ótimos, apesar de eu ter exagerado na potência. Sensibiliza em aproximadamente 2min30s. Os inconvenientes desse tipo de lâmpada são o tempo prolongado para partida completa e a grande produção de calor (que pode tirar a sensibilidade da emulsão, se não for bem administrado).
Fotolitos fabricados na impressora do escritório, nem pensar. Tem gente que usa vários filmes sobrepostos para deixar mais escurinho e dizem ter sucesso, mas eu preferi investir R$ 8,00 em um fotolito de verdade. Fotografei o fotolito contra a lâmpada vapor metálico para se ter uma idéia da opacidade:

No final das contas, só consegui bons resultados usando cola branca como emulsão. Testei a Cascorez (do rótulo azul) mas ficou véu. A Tenaz (rótulo azul também) ficou 100%. A revelação eu fiz com um rolinho de espuma, é indispensável.
É natural que a cola branca polimerizada também derreteu no percloreto, não seria tão fácil assim. O que resolveu esse problema foi o endurecedor de emulsões HB-72 da Agabê (custa cerca de R$ 10,00 o litro) que eu apliquei com um algodão. Deixei ser absorvido por 5 minutos e torrei com o soprador térmico. Não tenha dó nesse processo, apenas tome cuidado para não formar bolhas na emulsão ou empenar a placa. Testei também o catalisador HB-74 e o endurecedor HB-76 (muito mais caros), mas felizmente o HB-72 me trouxe mais alegria nos resultados.
Depois dessa macumba toda, é só corroer... Ufa. Mas dá trabalho, hem! Só compensa se o protótipo exigir resolução muito boa. As placas abaixo eu confeccionei usando esse processo:

Transferência térmica de toner
A maioria já conhece esse processo muito bem. A questão é: Qual papel?
Usei couchê e ficou legal. Papel de presente mesmo. Também é vendido sem impressão em folhas A4, o que simplifica o trabalho.
No caso do papel de presente, eu recorto um pedaço e colo com fita crepe em uma folha de sulfite. Como os ursinhos da estampa acabam sendo transferidos para a placa também, o acabamento fica muito bom.
...Brincadeirinha. A impressão é feita do lado liso, sem estampa. Usei ferro de passar roupas para fazer a laminação. Depois é só deixar de molho na água por alguns minutos até o papel enrugar. Sai com muita facilidade.
Já fiz também com papel glossy para jato de tinta sendo impresso na laser... Mas é bem mais difícil de tirar e os resultados não são tão bons.
O problemão desse processo é que depende muito da impressora, do toner, do alinhamento dos astros... No meu caso, eu fiz com uma Samsung SCX-4521 (toner recarregado) e ficou razoável. Só que as trilhas acabam derretendo um pouco e se espalhando em alguns pontos, mesmo que eu faça a impressão mais clara.
Corrosão
Peguei uma receita da Ana Maria Braga (no fórum FastPCB) que é assim:
5 partes de HCl (ácido muriático)
1 parte de peróxido de hidrogênio (água oxigenada / não especificaram, mas usei 200 volumes)
5 partes de água torneiral
Só ficaram bolhas e um cheiro de cloro vencido... Não sobrou nenhuma trilha para contar a história.
Tentei também o ácido nítrico. Pensei que não fosse sobrar nem o fenolite, de tão grande a fúria dele. Porém, a tinta serigráfica Etch Resist (da Gênesis), resistiu a esse ácido. Vou deixar para quando eu tiver dominado a técnica do silk. As vantagens dele são a rapidez e o preço (paguei R$ 8,00 no litro em uma loja de produtos para limpeza.)
A princípio, é isso. Me corrijam, acrescentem informações e perguntem o que estiver faltando.
Abracetas!