por chipselect » 19 Nov 2014 08:44
bom, neste caso o curso superior em modalidade EAD seria o de Eng. Elétrica mesmo... só encontrei na Uniube.
O curso em si não achei difícil pois boa parte das matérias eu já tinha feito no curso de Ciências da Computação e técnico em eletrônica.
Eu fiz o curso no pólo de Maringá e, na época, o curso tinha autorização mas não era reconhecido ainda, então todos os professores do CEIT (pólo da Uniube em Maringá) tinham pelo menos mestrado e eram professores da UEM e da UEL, e eles davam o mesmo conteúdo, mas alertavam que estavam dando um conteúdo de 1 ano em poucas aulas e era pra gente se matar pra aprender.
Alguns materiais vinham com erros pavorosos, os professores ficavam indignados e, depois de "elogiarem delicadamente" os autores, passavam as correções pros alunos. Todos os alunos reclamavam do material, daí começaram a adotar os livros clássicos de engenharia, e os professores deram uma risadinha sarcástica e falaram que, como o livro tinha "poucas páginas", era pra gente se esforçar um pouco mais porque o material era um pouquinho extenso.
Teoricamente, se a cobrança for igual ou superior ao do presencial (que é o que os professores pregavam lá), os alunos que se formarem por EAD deverão ser meio que uma seleção, vão ser os alunos que se viram para estudar e vão atrás, dificilmente vai ter aquele aluno folgado que são comuns no curso presencial.
Um exemplo era o curso de engenharia de produção, que na última etapa tinha só um aluno... como ele passou não sei, mas com o professor em cima, pra ele "colar" seria ruim. As turmas da última etapa que tinham mais de 10 alunos eram "verificadas de perto" pois a direção da Uniube alegava que essas turmas só poderiam ser grandes assim porque estariam colando nas provas, daí dobraram o número de fiscais de prova para essas turmas...
Para quem não sabe absolutamente nada, um curso EAD de engenharia será um pesadelo, geralmente as turmas das últimas etapas tem entre 1(um) e 10 (dez) alunos (sendo comum 4 ou 5), pois cerca de 60% desiste nos dois primeiros anos do curso. Lembro que a minha turma chegou a pagar professores particulares para ter aulas virtuais nas matérias mais difíceis, principalmente de cálculo.
Hoje o curso está reconhecido, e pode ser que a qualidade tenha decaído por conta disso. Situação similar já tinha acontecido com todas as faculdades particulares (presenciais) por aqui, ou seja, depois que o curso é reconhecido, só sobra um professor com mestrado... por causa do custo... geralmente o curso fica ruim, presencial ou não.
Analisando os formandos e recém formados nas faculdades particulares daqui, no caso de engenharia, o pessoal da minha turma não fica devendo em nada para eles, mas é porque a maioria já tinha muito mais de 10 anos trabalhando em usinas e afins, mais da metade eram empresários ou gerentes, estavam mais pelo diploma do que pelo conhecimento, só que conheciam muito do assunto, então poderiam até dar aulas... e deixaram bem para trás os formados nas presenciais que entrevistei...
Resumidamente, para a época que fiz o curso, o que os professores alegavam que o curso é pra quem já trabalha na área, já estudou alguma coisa por conta e não tem tempo para estudar em um curso presencial, então teriam certa afinidade com as matérias, exigindo um tempo menor para assimilação, daí saía a justificativa de menos aulas práticas e teóricas, além de explicar a peneira que faziam para ter poucos alunos nas últimas etapas do curso.
Na prática, o que vi é que o pessoal que tinha preguiça de estudar caiu nos 2 primeiros anos, e nos anos seguintes foram caindo os que não tinham afinidade com a área e não estavam tão a fim de estudar, mas restaram aqueles que precisavam muito do diploma, os autodidatas e os que a empresa estavam bancando o curso e precisariam devolver o valor pago caso desistissem.