Paulada no Linux

Discussão sobre linux para plataformas Intel x86 ou x64 (PC)

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Mensagempor chipselect » 23 Mar 2007 17:26

mastk

O Linux está ficando cada vez mais fácil de usar, não é difícil aprender ele. A primeira versão que eu tive nem interface gráfica era configurada por padrão, tinha que fazer toda a configuração na unha, inclusive colocar frequência vertical e horizontal do monitor no arquivo de configuração usando o vi... hoje não é mais assim..

Existem sistemas fechados para determinados fins, como os sistemas para supermercados, que são baseados em Linux, funcionam muito bem, e quase não existe treinamento necessário para os caixas, já que, quando dá pau, o caixa reseta o micro... mas o sistema foi preprarado pra isso.

Isso já não é assim quando o usuário não é da área de tecnologia e precisa do computador pra montar planilhas de cálculos e relatórios, e trocar informações com outros membros da equipe.

Ensinar uma pessoa da área de humanas, biológica ou outra que não seja da área de exatas é mais difícil do que estamos acostumados, porque muitas vezes a pessoa não tem interesse no assunto de informática, só está aprendendo porque é uma exigência. Neste ponto, se você soltar um pc com Windows e MS-Office na mão do cara, ele faz o trabalho sem precisar dar muito suporte de informática, mas isso ainda não é assim para o Linux.

Se fosse tão fácil pra TODO MUNDO usar Linux, empresas como Microchip, Rabbit Semiconductor e etc lançariam as ferramentas principalmente pra rodar em Linux, não é verdade? Aparentemente as empresas que fabricam microcontroladores tem ferramentas pra Windows e DOS, mas nem todas tem pra Linux... E observe que o mercado alvo dessas ferramentas são profissionais que trabalham diretamente ligados com programação. Mesmo assim tem empresa que preferiu não lançar (ainda) ferramentas pra Linux...

Imagina pra um contador, uma secretária, um advogado a dificuldade que seria usar o Linux...

Se quiser fazer um teste, pega uma pessoa que não entende nada de computador, e que tenha um PC, e dá suporte (o passo-a-passo) para ela instalar e configurar o linux (que ela escolher e tiver disponível lá) no pc dela, via telefone. Acho que seria mais fácil orientá-la para instalar e configurar o windows. Assim você vai ter uma idéia do sofrimento do suporte técnico.
chipselect
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Mensagempor Wagner de Queiroz » 23 Mar 2007 17:53

Mas que chato, estou devendo uma alfinetada.

O MS-DOS (Percursor de tudo de Ruindows que vemos hj) foi baseado no Unix, O tio Bill inverteu a praga da barra, A primeira versao do MS-DOidoS era multiusuario, dai viram que nao precisava e aboliram.
As interfaces graficas do Ruindows foram digamos assim copiadas da Apple que Copiou da Xerox (Assim como o mouse). o ambiente X vivia-se muito bem.

Eu uso o Debian em casa e algumas vezes fico muito enfurecido quando tenho que instalar um programa que manda desinstalar um pacote que puxa outro que tem que derrubar tudo (Desinstalar o X) para poder funcionar. Isso frustra muito. Mas, aprendi a nao dar ouvidos a isso e fazer umas manobras malucas para ter algumas funcionalidades. Tive que voltar a instalar o Ruindows no PC para desenvolver algumas aplicacoes para o trabalho (Infelizmente no trabalho sou obrigado a usar o Ruindows, fazer o que).

De toda forma, a rapidez com que o Ruindows XP inicializa é irritante.
Vou instalar o Ubuntu e otimizar ele para ver se ele carrega mais rapido que o XP.
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Mensagempor xultz » 23 Mar 2007 18:25

O fato de empresas não lançarem ferramentas para Windows é um círculo vicioso: não lançam as ferramentas porque todo mundo Windows, e todo mundo usa Windows porque as ferramentas só existem para Windows.
Uma hora esse círculo pode ser quebrado? Pode. Será cedo? Não, não será, porque o Windows tem uma coisa que o Linux não tem: MSDN. Por incrível que pareça, a falta de um MSDN faz com que o desenvolvimento em Linux encareça muito.
Quando se programa para Linux, tem basicamente duas opções de plataformas: GTK e Qt. A GTK é interessante mas a documentação é muito fragmentada, mas a licença é GPL e isso é muito atraente. Já o Qt é bem feito e organizado, tem um boa documentação, mas tem uma licença GPL e uma comercial, se teu software destina não for GPL, precisa pagar licença.
Essa situação vai permancer? Certamente que não, quem acompanha o Linux há alguns anos se surpreende de ver como algumas coisas evoluíram (como o processo de instalação de programas, que hoje é muito mais simples que no Windows), e também pela evolução de plataformas como wxWindows, que permite que um programa possa ser compilado para Linux e Windows praticamente sem modificações.
O que é atraente para muitas empresas é a reutilização de códigos livres (que na verdade é a maior vantagem, preconizada antes mesmo do início do projeto GNU) e hoje, por exemplo, a Microchip utiliza o GCC como compilador oficial do dsPIC.
No fim das contas, tudo leva a crer que é uma questão de tempo...
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Mensagempor chipselect » 23 Mar 2007 20:59

xultz

Já que você está acompanhando de perto o Linux, como está a "licença" do GPL hoje? Caso eu utilize as ferramentas e bibliotecas para construir um software, o meu software ainda tem que ser GPL (gratuíto) a não ser que eu utilize "linkagem dinâmica"?

Eu também não conheço esse sistema de instalação de aplicativos que torna a instalação mais fácil que no Windows, eu utilizava o gerenciador de pacotes "rpm" (e derivados) do Red Hat... Qual é o nome desse novo tipo de instalador? Ou é feito um executável tipo o "setup.exe" que se usa no Windows?

Esse tipo de "instalador pra Linux" já verifica e atualiza automaticamente os pacotes instalados? Tenho muito interesse em um tipo de instalador que funcione facilmente em qualquer distro e faça tudo isso que você disse. Poderia me indicar o nome do projeto (se possível o link também) desse "instalador" para que eu possa estudar ele? Esse tipo de instalador poderia contornar o problema de requerimento de pacotes, já que ele poderia instalar/atualizar tudo automaticamente, me possibilitando contornar a licensa GPL.

Esse instalador seu eliminaria a seguinte mensagem (do site BR Office):
"
Pacote Genérico
Para os usuários de outras distribuições, que não utilizam gerenciamento de pacotes do tipo RPM ou DEB, ou com o sistema com a libc6 não atualizada, criado uma sessão chamada /contrib onde encontram-se as versões tar.gz para instalação. Novos desenvolvimentos serão focados para a versão 2.2.0.
"
chipselect
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Mensagempor xultz » 24 Mar 2007 10:43

Chipselect, a GPL hoje continua igual desde 1990 (ano em que foi publicada a versão 2) e talvez este ano saia uma nova versão, mas o quebra-pau tá feio, é difícil chegar num concenso...
Mas de qualquer maneira, a GPL gera muita confusão não por ela ser mal elaborada, mas porque tem muito diz-que-diz e boatos se espalham muito facilmente. Muita gente acha que se você for fazer um programa para rodar em Linux ele tem que ser GPL e distribuido com código-fonte aberto, e coisas do tipo.
Vou tentar esclarecer rapidamente, então:
Um programa licensiado sob GPL exige que se você distribuir o programa em formato binário, deve oferecer uma maneira de distribuir o código-fonte também. Você pode oferecer o fonte até num CD enviado pelo correio e cobrar pelos custos de gravação, envio, etc. Se você pegar um trecho de código de um programa GPL, copiar e colar dentro do teu programa, ele deve obrigatoriamente se tornar GPL, por inteiro. Por isso, dizem que a GPL é viral, ela "infecta" todo teu programa, e ele deve se tornar livre.
Se você usar um programa GPL e usá-lo para gerar outra coisa (como por exemplo usar o gcc que é um compilador livre GPL) o resultado não precisa ser GPL, você pode licenciá-lo como quiser, porque uma das diretrizes é que você pode usar um programa GPL para qualquer finalidade (que a lei do teu país permita, obviamente) e nisso inclui até gerar programas fechados.
Em se tratando de bibliotecas, se ela for publicada como GPL implica que teu programa final seja GPL. Se for publicada como LGPL (que é o mais comum) o resultado não implica em ser GPL, pode ser o que você quiser, mas toda e qualque rmodificação feita num código LGPL deve ser divulgado.
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Mensagempor chipselect » 24 Mar 2007 20:05

xultz
Cláusula segunda, item b da Licensa GPL:
"
b) You must cause any work that you distribute or publish, that in
whole or in part contains or is derived from the Program or any
part thereof, to be licensed as a whole at no charge to all third
parties under the terms of this License.
"
Isso não significa que se eu fizer uma "linkagem estática" usando as bibliotecas do GNU, que seja o "stdio.h", o meu software não tem que ser GPL? Pelo parágrafo tudo indica que qualquer biblioteca sob a licensa GLP que eu vá incluir estaticamente na compilação obriga que meu software também seja GPL. A solução é usar bibliotecas dinâmicas, mas daí tem que incluir um sistema para garantir que as bibliotecas corretas estejam instaladas e nenhum "pacote" vá entrar em conflito.

O "instalador de aplicativos mais fácil que no windows" que você mencionou pode contornar esse problema pois eu não utilizaria bibliotecas estáticas, e sim dinâmicas, mas o instalador teria que verificar a presença e a versão de bibliotecas pré-instaladas, independente da distro do Linux.

Caso você possa me passar o nome do projeto desse sistema de instalação de aplicativos para Linux, ou o link do mesmo eu ficaria muito grato, pois desconheço totalmente, usei apenas o rpm, mas é ruim pro usuário final usar esse tipo de instalação e só serve para algumas distros também, ou seja, muito limitado.

Caso o "instalador" seja algo pago, poderia nos passar, para avaliar o preço do mesmo também. Esse tipo de instalador era uma das coisas que estava faltando pra deixar o Linux "mais fácil pro usuário final".
chipselect
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Mensagempor xultz » 25 Mar 2007 15:38

"Isso não significa que se eu fizer uma "linkagem estática" usando as bibliotecas do GNU, que seja o "stdio.h", o meu software não tem que ser GPL? Pelo parágrafo tudo indica que qualquer biblioteca sob a licensa GLP que eu vá incluir estaticamente na compilação obriga que meu software também seja GPL. A solução é usar bibliotecas dinâmicas, mas daí tem que incluir um sistema para garantir que as bibliotecas corretas estejam instaladas e nenhum "pacote" vá entrar em conflito. "
Sim, se a biblioteca for licenciada pela GPL. Como disse anteriormente, quase todas as bibliotecas são licenciadas pela LGPL que modifica esta situação. Obviamente, é importante ficar atento à licença antes de colocar um trecho de código feito por outra pessoa no teu código.

"O "instalador de aplicativos mais fácil que no windows" que você mencionou pode contornar esse problema pois eu não utilizaria bibliotecas estáticas, e sim dinâmicas, mas o instalador teria que verificar a presença e a versão de bibliotecas pré-instaladas, independente da distro do Linux."
Exatamente, são as famosas dependências. As extensões mais comuns de pacotes (como rpm e deb) especificam todas as dependências que o programa precisa. O que acontece é que as distribuições mais usadas possuem repositórios de pacotes com programas e bibliotecas, e quando um pacote tem uma dependência, ele procura instalar automagicamente a dependência (e a as dependências das dependências, se houverem) e no fim das contas, o programa é instalado com uma facilidade enorme.

"Caso você possa me passar o nome do projeto desse sistema de instalação de aplicativos para Linux, ou o link do mesmo eu ficaria muito grato, pois desconheço totalmente, usei apenas o rpm, mas é ruim pro usuário final usar esse tipo de instalação e só serve para algumas distros também, ou seja, muito limitado. "
Você começou a pegar o espírito da coisa. Programas como o muito famoso Synaptic do Ubuntu, Debian e outros, ou urpmi (que é o que uso no Mandriva) fazem este serviço. Só que no fim das contas esta sistemática funciona muito bem para programas licenciados sob uma licença livre, que especifica que qualquer um pode distribuir o programa. Assim, você consegue montar um repositório com milhares de programas, sem correr o risco de ser processado por distribuir o software. Para o usuário é fantástivo também. Quando ele deseja instalar um programa, ele abre o instalador do programa. Nele pode fazer buscas (os pacotes possuem normalmente um texto explicativo sobre a que se destina o programa) e o usuário consegue achar facilmente um programa que procura (se ele existir). E literalmente com um clique, instala o programa e todas as dependências (apesar da Apple ter uma patente para instalação de programas com um único clique, por incrível que pareça). Diferente do Windows, onde para o usuário achar um programa deve procurar no Google e seja o que Deus quiser. Sem contar que normalmente um repositório de uma distro é um local bastante confiável para buscar um programa. Um usuário iniciante de Windows (como eu) sempre se pela de medo de instalar um programa que jura por Deus que não é vírus nem spyware. E por ter código fechado, só resta confiar mesmo. Existe o negócio de assinatura da MS para os programas de terceiros, mas tem toda uma burocra$$ia para conseguí-lo.
O problema reside exatamente nas empresas que querem distribuir ou vender software fechado. No Windows, que tem poucas versões no mercado, e todas com retro-compatibilidade (também conhecida como herança de problemas) é muito simples lançar um programa compatível. Em se tratando de Linux, isso é um pesadelo. As empresas de software comercial precisam testar se o programa é compatível com todas as distros, e nem sempre conseguem. Para facilitar, linkam estaticamente as bibliotecas porque cada distro resolve as dependências de forma diferente, e nem sempre conseguem um programa compatível com todas as distros.
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Mensagempor chipselect » 25 Mar 2007 18:37

"O que acontece é que as distribuições mais usadas possuem repositórios de pacotes com programas e bibliotecas, e quando um pacote tem uma dependência, ele procura instalar automagicamente a dependência (e a as dependências das dependências, se houverem) e no fim das contas, o programa é instalado com uma facilidade enorme. "

Isso só funciona bem se você considerar que a biblioteca certamente existirá na versão da distro que o cliente tiver. Caso o cliente não tenha a versão de biblioteca dinâmica, o "instalador" deverá instalá-la também. O que você está dizendo significa que, saiu versões novas, todos os clientes atualizam para não ter dificuldade com isso, o que pode ser inviával.

Já conheço o sistema de repositórios e esse lance de instalar tudo a partir de uma distro é legal, só que se o usuário do slackware (ou qualquer outra distro) versão antiga e quiser usar um aplicativo recente que tem dependência de pacotes novos? Vai ter que atualizar as bibliotecas, alguns talvez até o kerntel, não?

E falar pro cliente que ele tem que pegar uma versão de distro mais nova acaba com o lance de "não ficar preso a atualizar o sistema a cada 3 anos...". Na verdade ficaria até pior, porque deveria atualizar sempre que sai coisa nova... e a atualização do Linux não é tão fácil quanto a atualização do Windows.

De qualquer forma, um aplicativo comercial que se preze deve fornecer as "dependências" necessárias. No Windows, qualquer game traz consigo a versão do direct X que ele utiliza e a maioria deles checam a versão do direct X instalado pra ver se precisa atualizar (o mais correto). Isso não é assim só pra jogos, obviamente.

É este tipo de "instalador" ao qual eu estou me referindo, porque o rpm e o deb não é mais fácil que os instaladores do windows não, nem de longe cara. O rpm e o deb até parece mais fácil inicialmente porque uma instalação atual de uma distro traz tudo que tem de novo, e o cliente não precisa baixar e instalar os pacotes. Se você estava se referindo ao rpm e ao deb, acho que eu me iludi um pouco, ehehehe, como já disse, eu conheço e uso o rpm... nada parecido com o setup.exe que o innosetup ou o instalshield gera...
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Mensagempor xultz » 26 Mar 2007 20:02

"Isso só funciona bem se você considerar que a biblioteca certamente existirá na versão da distro que o cliente tiver. Caso o cliente não tenha a versão de biblioteca dinâmica, o "instalador" deverá instalá-la também. O que você está dizendo significa que, saiu versões novas, todos os clientes atualizam para não ter dificuldade com isso, o que pode ser inviával. "
Eu não entendi direito a colocação, no caso de um pacote livre entrar num repositório, obrigatoriamente as dependências devem ser colocadas lá, ou ter pacotes que atendam as dependências.

"Já conheço o sistema de repositórios e esse lance de instalar tudo a partir de uma distro é legal, só que se o usuário do slackware (ou qualquer outra distro) versão antiga e quiser usar um aplicativo recente que tem dependência de pacotes novos? Vai ter que atualizar as bibliotecas, alguns talvez até o kerntel, não? "
Atualizar o kernel só é necessário em casos mais extremos, como por exemplo uma necessidade de um driver ou coisa semelhante. Este é um dos motivos de servidores Linux terem uptimes enormes mesmo atualizando todos os programas, o kernel muito raramente precisa ser reiniciado (e isso só é possível reiniciando o computador).
Os repositórios são específicos para cada distro. Assim, o usuário do Slackware usa o swaret para pegar pacotes dos repositórios feitos para o Slackware, e assim por diante. Existem programas que procuram converter pacote de uma distro para outra, mas isso nem sempre dá certo. E se o usuário de uma distro precisa de um pacote e ele não tem num repositório da sua distro, não tem outro jeito senão pegar o fonte e compilar.

"E falar pro cliente que ele tem que pegar uma versão de distro mais nova acaba com o lance de "não ficar preso a atualizar o sistema a cada 3 anos...". Na verdade ficaria até pior, porque deveria atualizar sempre que sai coisa nova... e a atualização do Linux não é tão fácil quanto a atualização do Windows. "
Em grande parte você tem toda razão. É comum ao usar uma distro mais antiga você olhar que saiu uma versão mais nova de um programa, mas ele tem dependências de bibliotecas mais novas que o sistema não tem instalado e no repositório só tem as mais antigas. A solução é atualizar o sistema inteiro. Isso é uma grande droga.
O lado bom é que atualizar o sistema costuma ser mais simples do que imagina. Por exemplo no Debian, que é uma distro para usuários mais avançados, um apt-get dist update faz todo o trabalho, é cruzar os braços e esperar. Até no Gentoo, que compila quase todos os pacotes, basta um comando e esperar. Quase todas as distros possuem recursos desse tipo. Obviamente não é perfeito, e eu nunca experimentei atualizar nenhuma distro que usei, porque é uma excelente oportunidade para zerar o HD e apagar um monte de lixo inútil que acabao baixando todo dia...
De qualquer maneira, eu não tenho paciência para isso, eu normalmente atualizo o sistema a cada ano e meio, mesmo saindo uma versão mais nova normalmente a cada seis meses.

"De qualquer forma, um aplicativo comercial que se preze deve fornecer as "dependências" necessárias. No Windows, qualquer game traz consigo a versão do direct X que ele utiliza e a maioria deles checam a versão do direct X instalado pra ver se precisa atualizar (o mais correto). Isso não é assim só pra jogos, obviamente. "
Os aplicativos comerciais para Linux costumam fazer exatamente a mesma coisa.

"É este tipo de "instalador" ao qual eu estou me referindo, porque o rpm e o deb não é mais fácil que os instaladores do windows não, nem de longe cara. O rpm e o deb até parece mais fácil inicialmente porque uma instalação atual de uma distro traz tudo que tem de novo, e o cliente não precisa baixar e instalar os pacotes. Se você estava se referindo ao rpm e ao deb, acho que eu me iludi um pouco, ehehehe, como já disse, eu conheço e uso o rpm... nada parecido com o setup.exe que o innosetup ou o instalshield gera..."
Em se tratando de aplicativos comerciais, é costume distribuir em pacotes rpm e deb, e eu não vejo muita diferença entre eles e o setup.exe do Windows. Em ambos casos, você dá um duplo clique no arquivo baixado, e um instalador é executado, os arquivos são gravados nos locais desejados e os atalhos também.
O que mata são as diferenças entre as distros, isso com certeza é um inferno para quem lança programas comerciais para Linux...
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Mensagempor msamsoniuk » 26 Mar 2007 20:17

nao vejo muita utilidade nessa discussao por um unico motivo: o linux nasceu para ser um unix.

e apesar de parecer estranho gastarem tempo e dinheiro para reproduzir um sistema operacional da decada de 70 taxado de obsoleto e enigmatico, milhares de desenvolvedores trabalham nesse sentido nao apenas no linux, como tambem no minix, freebsd, openbsd, netbsd, hurd e muitros outros. mesmo empresas como ibm, sun e hp mantem seus obfuscados unix no mercado. o esforco conjunto dos desenvolvedores comerciais e academicos nao apenas manteve a filosofia unix viva desde a decada de 70, como permitiu inserir o que existia de mais moderno nas variantes atuais, basta ver qual o sistema operacional mais utilizado em supercomputadores hoje.

acho q eh ateh uma questao de consciencia academica: nao eh pq a maior parte da populacao do mundo nao sabe ler e escrever direito que vamos deixar de produzir conhecimento avancado de matematica, fisica e ciencia da computacao.

observe tambem que o linux NAO eh produzido e mantido por empresas. como outros unix-like atuais, ele eh mantido por voluntarios, que normalmente desenvolvem para si mesmos e dividem o que fazem com os outros.

muitas pessoas e empresas perceberam como usar estes recursos, outras nao, mas daih acho que vai do interesse de cada um... nao eh nem questao do linux ser pior ou melhor que o windows, pois nao sao ambientes nem um pouco parecidos, nao fazem as mesmas coisas e os interesses comerciais ou mesmo ideologicos sao totalmente diferentes. nao justifica sequer a acao da microsoft: quando ela fala que o linux eh ruim, ela ofende milhares de desenvolvedores altamente gabaritados que doaram gratuitamente seu trabalho para que todos no mundo possam usar (inclusive a microsoft).
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Mensagempor chipselect » 26 Mar 2007 21:31

O que estamos conversando aqui é sobre a viabilidade comercial do Linux, não só por grandes empresas como IBM, mas também por pequenas e médias, e inlcusive pessoas físicas. Se outras pessoas tem outras motivações na discussão, isso não é do meu interesse.

Se essa discussão vai ou não levar a nada, eu não sei, mas para mim é importante pois é meu ganha-pão e posso aprender muito com conhecimentos dos outros através da "discussão" ou conversa.

Não adianta deixar o Linux ou qualquer conhecimento que seja produzido no meio acadêmico dentro das instituições educancionais, uma hora tem que virar algo útil para as pessoas utilizarem, e acredito que é isto que estamos discutindo aqui, fazendo comparações do Linux com o Windows para ver até onde o mercado pode assimilar o Linux com facilidade e onde poderia ser melhorado.

O Linux pode vir a se tornar um SO para desktop, a interface gráfica dele tem evoluído muito. Se for pra ficar só com servidores e aplicações acadêmicas, não precisaria evoluir a GUI pra torná-lo mais fácil, pois o público alvo seria programadores e profissionais.

Existem esforços para torná-lo popular e mais fácil de usar. O notebook da CCE (e algumas outras marcas) com Linux pré-instalado tem foco nesse mercado, que é exatamente o do Windows, possuindo sim a mesma função neste caso.

Existem PDAs com Linux também, até celular... só que cada produto tem o seu padrão de configuração, o que na minha opnião dificulta uma difusão maior do Linux. O Linux não nasceu pra ficar engessado a uma postura só, ele é flexível, e estamos discutindo como ele pode vir a se tornar uma boa alternativa no lugar do Windows para o mercado.

Quando o Linux nasceu, ele queria ser um algo a mais que o Minix e a primeira versão era paga... depois virou GPL. O Linux mesmo já mudou bastante, como pode ver.
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Mensagempor msamsoniuk » 27 Mar 2007 00:08

o linux sempre foi livre, desde o primeiro rascunho. a unica diferenca entre as primeiras versoes eh que elas possuiam uma licenca que proibia a distribuicao comercial. poucas semanas depois o sistema engordou e, por influencia do bash e gcc serem aplicacoes chave, acabou adotando a mesma licenca, que permite uma maior flexibilidade.

bom, sobre a viabilidade comercial do linux, talvez o que diferencie a geracao windows da geracao unix seja justamente a forma de observar o mercado. nao creio que jah passou pela cabeca de alguem vender o unix em lojas ao preco que se vende um windows xp hoje. normalmente quando se falava em unix, estava-se falando em uma maquina que vinha com o dito cujo embutido em seu preco ou licenciado em escala, a precos simbolicos. e nao que o unix fosse dispensavel, muito pelo contrario, ele ajudou a vender maquinas aos milhoes pelo simples fato de que maquinas de diferentes fabricantes e com diferentes processadores se tornavam magicamente compativeis atraves de recompilacao das aplicacoes.

como seria de esperar, alguns fabricantes migraram de variacoes mais fechadas para variacoes mais abertas do unix, com o linux incluso nesse conjunto. soh para citar exemplos, a silicon graphics, que inicou na decada de 80 fabricando workstations 68000 e mips rodando irix, hoje produz supercomputadores macicamente paralelos com processadores amd e roda linux em suas maquinas. para os fabricantes que adotam esse estilo de comercializacao, os "defeitos" da interface do linux sao facilmente mascarados, eh soh prestar atencao em quantos modems ADSL usam linux e em como eles sao facilmente operados atraves de interfaces web. nao apenas os fabricantes nao tem medo da GPL (GPL nao contamina hardware) como citar o linux costuma tornar seus produtos magicamente mais robustos e seguros perante os clientes.

em resumo, o linux eh um excelente vendedor de hardware. jah no aspecto software, sinceramente, nao acho que as coisas sejam muito boas. o OSX, por exemplo, eh um unix completo com uma interface grafica que deixa o windows no chinelo. nao bastasse ele custar barato e ter milhares de aplicacoes disponiveis, a apple deixa vazar versoes em DVD pela internet, inclusive com patches extra-oficiais que permitem rodar o OSX em qualquer PC.

mesmo assim eh pouco conhecido e acredito que a maioria dos usuarios de windows nutre um certo medo dele, afinal o unix que tem embaixo daquela casca bonita pode morder! nao eh muito diferente do BeOS: era um sistema operacional realtivamente completo, funcionava bem e apenas nao era o windows. esse ultimo ponto o tornou um grande fracasso, nao diferente de tentativas como o OS/2 e outros.

assim, se a formula de vender hardware casado com linux funciona bem, pq perder tempo em um mercado onde todos fracassaram ? pq seria diferente desta vez ? pq perder tempo esperando um futuro mercado desktop cheio de incertezas quando vc pode explorar o linux e uclinux em hardware embarcado hoje ? sem falar que o mercado unix hoje eh de milhoes de usuarios, felizes com um simples e tosco prompt de comando. nao sao centenas de milhoes como no caso da microsoft, mas milhoes de clientes jah eh um mercado respeitavel.
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Mensagempor xultz » 27 Mar 2007 10:32

Foi dito acima que o Linux não é suportado por nenhuma empresa, isso é bastante discutível. Somando-se IBM com HP eles possuem mais de 600 funcionários que trabalham exclusivamente no Linux (e todo o trabalho é tornado livre, como manda a GPL). O Linus Torvalds hoje trabalha para a OSDL e seu trabalho é manter o Linux, e quem mantém a OSDL é um conjunto de várias empresas. O que pode ficar confuso é saber quem dá suporte comercial ao Linux. Existem várias empresas que fazem isso, com vários modelos de suporte, alguns mais baratos e simples, outros mais profundos e caros.

Foi dito acima que o modelo Unix é obsoleto, não, não é, ele é antigo e maduro. E não é a toa que a Apple mudou seu SO para um modelo Unix, porque tá todo mundo de saco cheio de reinventar a roda. Existe até um ditado que diz que aqueles que não conhecem o Unix têm a mania de reinventá-lo.
E ninguém tem medo no OSX que o Unix morda. Na verdade isso é como pensar em entrar num daqueles carros de corrida movidos a uma turbina de avião, a qualquer momento o treco sai voando e mata o piloto e todo mundo que estiver na frente. Mas a realidade mostra que na verdade o OSX tá mais para um Audi ou Volvo potentes, você pode atingir altas velocidades com estabilidade e segurança. O interessante do OSX é a flexibilidade e liberdade que o modelo oferece aousuário que quer ir além de clicar em ícones.
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Mensagempor msamsoniuk » 27 Mar 2007 13:06

xultz escreveu:Foi dito acima que o Linux não é suportado por nenhuma empresa, isso é bastante discutível. Somando-se IBM com HP eles possuem mais de 600 funcionários que trabalham exclusivamente no Linux (e todo o trabalho é tornado livre, como manda a GPL). O Linus Torvalds hoje trabalha para a OSDL e seu trabalho é manter o Linux, e quem mantém a OSDL é um conjunto de várias empresas. O que pode ficar confuso é saber quem dá suporte comercial ao Linux. Existem várias empresas que fazem isso, com vários modelos de suporte, alguns mais baratos e simples, outros mais profundos e caros.


eu li o que escrevi acima e nao encontrei dito em lugar algum que o linux nao eh suportando por nenhuma empresa. mas enfim, comentando o que vc escreveu, IBM e HP investem bastante dinheiro no linux, mas nao em uma distro em particular, isso permite que o hardware de ambas funcione bem em qualquer distro, embora redhat e suse certamente tenham preferencia hoje em dia em funcao do forte suporte corporativo.

se a IBM ou HP adotassem um modelo mais direto, criando uma propria distro, correriam o risco de fragmentar e enfraquecer o mercado, como ocorre hoje com o AIX e HPUX: as modificacoes produzidas pela IBM nao alcancam a HP e vice-versa. no caso do linux eh possivel uma simbiose muito mais tranquila. nao investir em uma distro propria nao significa que a empresa nao suporte o linux: ela apenas evita o atrito com outros fabricantes, deixando o suporte a distro a cargo de fornecedores independentes.

Foi dito acima que o modelo Unix é obsoleto, não, não é, ele é antigo e maduro. E não é a toa que a Apple mudou seu SO para um modelo Unix, porque tá todo mundo de saco cheio de reinventar a roda. Existe até um ditado que diz que aqueles que não conhecem o Unix têm a mania de reinventá-lo.


isso foi uma piada. obviamente eh infinitamente mais facil criar algo novo em cima de um unix (seja ele um linux, bsd ou uma outra variacao) do que em um sistema operacional completamente fechado, motivo pelo qual as novidades sempre surgem primeiro na comunidade unix.

E ninguém tem medo no OSX que o Unix morda. Na verdade isso é como pensar em entrar num daqueles carros de corrida movidos a uma turbina de avião, a qualquer momento o treco sai voando e mata o piloto e todo mundo que estiver na frente. Mas a realidade mostra que na verdade o OSX tá mais para um Audi ou Volvo potentes, você pode atingir altas velocidades com estabilidade e segurança. O interessante do OSX é a flexibilidade e liberdade que o modelo oferece aousuário que quer ir além de clicar em ícones.


isso jah eh mais complexo.

esqueca qualidade e facilidade de uso, pois definitivamente nao eh nisso que o usuario esta pensando e jah sao citados casos, aos milhares, de usuarios que compram um macintosh e instalam windows xp. seja por pura ignorancia, falta de vontade de mudar ou simplesmente para se adequarem as exigencias da sociedade (seja lah o que diabos isso signifique), a experiencia mostra que nao sao as melhores solucoes que conquistam o mercado.

mas francamente, nao vejo pq tanta necessidade de um desktop bonitinho. alguem jah parou para pensar que, se o linux chegar a ser tao idiota como o windows xp, os usuarios chave do linux vao migrar para algo mais tosco como o openbsd ou netbsd ? jah pensaram que acontecendo isso, toda a seguranca e robustez vai ir embora e o linux vai se transformar em mais um sistema operacional para idiotas ?

eu mesmo nao pensaria duas vezes em trocar de sistema, e de fato, isso me passa pela cabeca toda vez que escuto discussoes idiotas a respeito da importancia dos gerenciadores de pacote e controle de dependencias, como se os usuarios passassem 8h/dia instalando e removendo pacotes ou como se passassem a vida apreciando figurinhas coloridas no desktop, tal como veadinhos em uma galeria de arte em paris!
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Mensagempor chipselect » 27 Mar 2007 13:31

Marcelo

quando Linus Torvalds escreveu o primeiro rascunho do kernel e o projeto não tinha nem nome ainda, inclusive nem tinha previsão do gcc rodar nele ainda, ele só "bootava" (que palavra feia, ehehehe) a máquina, o Linus Torvalds tinha lançado o projeto num fórum ou bbc e que eu lembre, pedia uma pequena quantia financeira não era?

Naquela época ainda era anterior à versão "free" e só muito tempo depois que ele começou a cogitar o nome "Freax" mas que o pessoal preferiu Linux... mas que o ancestral do Linux tinha um preço, mesmo que baixo, tinha.

Que eu lembre, o ancestral do Linux era apenas um código de boot com algumas coisinhas e o Linus tava cursando a faculdade ainda. Mas isso foi faz muito tempo, acho que ninguém lembra dessa parte da história do Linux, pq nem esse nome tinha.

Quanto aos gerenciadores de pacotes, isso eu acho que depende muito do mercado, mas acredito que a grande maioria dos usuários não sabem lidar com isso. Um cara que compra um pc com linux pré-instalado e, depois de um ano, quer instalar um aplicativo novo, vai precisar instalar pacotes, se tiver um sistema pronto, mais fácil.

Agora, para pessoas que trabalham em empresas de grande porte ou que possuem capacidade de manter pessoal qualificado, isso não importa nem um pouco, mas para a maioria da população, quanto mais fácil, melhor, senão tem que ficar correndo atrás de ajuda.
chipselect
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