por MOR_AL » 21 Mai 2007 19:33
Olá Pask.
Vou acrescentar algumas informações sobre estabilizadores:
1 - Até a década de 80, os estabilizadores normalmente encontrados no mercado mantinham a tensão RMS estabilizada. Eram conhecidos como sendo estabilizadores do tipo "Ferrorressonante". Estes estabilizadores eram compostos por um capacitor de alguns micro Faradays e cerca de 550VCA, um indutor e um transformador. Estes dois últimos vinham montados em um único núcleo. Eram excelentes em manter uma saída com 5% de variação para entradas compreendidas entre 70VCA e 140VCA. Eram usados para estabilizar a tensão em motores e resistências. Apesar de manter a tensão RMS praticamente constante, sua forma de onda deformava. A tensão no pico da senóide diminuia e apareciam dois picos em seu lugar. Com isso este aparelho não deveria ser utilizado em equipamento eletrônico, que obtém a tensão contínua retificando a senóide. Os picos produziam maiores variações na saída que em sua entrada. Já testei um deles com uma lâmpada como carga e um medidor de valor RMS verdadeiro e o resultado foi ótimo. Porém, quando coloquei o estabilizador na minha TV, medi variação da tensão CC na sua fonte (após os diodos) maior que a variação da rede.
Há projetos que consideram equipamentos eletrônicos como carga. Alguns computadores da década de 80 usavam. Nestes projetos os dois picos de tensão na senóide eram mais controlados e realmente regulavam bem.
Na ocasião, as perdas (calor) eram grandes, porque a regulagem era obtida com a tensão trabalhando no "joelho" da curva de magnetização do transformador. Além deste fato a qualidade do ferro era inferior que a obtida atualmente e a espessura da lâmina era maior, aumentando as perdas causadas por correntes induzidas no ferro. Os ferros então, realmente tinham que ser maiores, resultando em um volume maior.
2 - Mais recentemente apareceu um estabilizador que na realidade é um auto-transformador com vários "tapes" no secundário. Dependendo do valor da tensão da rede (tipo entre 117VCA + ou - 15%), um circuito eletrônico aciona uns relés que liga a saída ao "tape" mais apropriado. Eu tenho um conectado ao meu sistema de som e TV e funciona bem. O cálculo que envolve um auto-transformador, mostra que é necessário menos ferro no núcleo e as lâminas, além de possuir qualidade superior que as antigas (curva BxH), são mais estreitas, reduzindo ainda mais as perdas.
3 - Outro tipo de estabilizador, mais recente, retifica a tensão da rede e regula de alguma forma esta tensão. Esta tensão é então comutada, de modo a substituir a senóide por um pulso positivo, entre 30 graus e 150 graus, e outro negativo, entre 210 graus e 330 graus. Isso é conseguido com um circuito em push-pull. Se este ciclo ocorre em 60Hz, o transformador é quase do mesmo "tamanho" que o normal. Se o ciclo é comutado em uma frequência mais alta (tipo 400Hz) ocorre uma substancial redução no tamanho do transformador.
4 - Outro tipo de estabilizador é semelhante ao anterior, só que a tensão retificada não é regulada. No transformador do tipo push-pull a onda não é mais idêntica à anterior. A regulagem é obtida por meio de uma onda PWM. O número de comutações por ciclo é fixo mas o período que a onda permanece em "ON" é variável. Apesar de ser uma boa opção, deve-se tomar cuidado com a geração de calor e ruídos eletromagnéticos, causados por comutações com largura de pulso mais estreitas.
5 - Não devemos esquecer, que infelizmente a nossa grana é pouca e "suada". Estes dois fatores nos levam a procurar por BBB (Bom, Bonito e Barato). Aí é que a coisa pega. Se não tivermos o discernimento e a suspeita mensionada por você, a gente acaba comprando "gato por lebre".
MOR_AL