por MOR_AL » 26 Ago 2008 20:19
Olá Msconfig.
1 - Snubber super dimensionado.
O pico de tensão, imediatamente após o corte do mosfet, tende a sumir, como é o caso da forma de onda da tensão da postagem 1. Isso é bom.
A comutação do mosfet (no corte) passa a ser mais lenta, gerando sobre dissipação no mosfet, necessitando um dissipador maior. Isso é mau.
Quando acaba a energia no trafo, instante em que a corrente do secundário vai à zero (o mosfet está cortado, a tensão de dreno está diminuindo de seu valor aproximado de 2 vezes a tensão de alimentação), inicia-se uma oscilação bem amortecida (tem apenas um ciclo na sua primeira figura) e de tensão reduzida. Isso é bom.
O resistor do snubber dissipa mais calor. Isso é mau.
2 - Snubber sub dimensionado (ou sem snubber).
O pico de tensão, imediatamente após o corte do mosfet, tende a ficar muito alto, como é o caso da forma de onda da tensão da postagem 2. Isso é mau. O mosfet pode sofrer condução por break down. É uma espécie de entrar em zener com uma tensão muito alta. O mosfet se encontra fora da “região de operação segura” (safe operation area). Ocorre uma sobre dissipação.
A comutação do mosfet no corte fica muito rápida. Isso não é muito bom. Pode provocar a condução no mosfet por “taxa de comutação muito rápida no corte” (dv/dt).
Quando acaba a energia no trafo, instante em que a corrente do secundário vai à zero (o mosfet está cortado, a tensão de dreno está diminuindo de seu valor aproximado de 2 vezes a tensão de alimentação), inicia-se uma oscilação sub-amortecida (tem dois ciclos na sua segunda postagem) e de tensão muito alta. Isso é mau. O diodo intrínseco do mosfet conduz nos dois instantes a nível de tensão zero.
O resistor do snubber dissipa menos calor (ou não sissipa, caso sem snubber). Isso é bom.
Qual é a solução então?
3 – Snubber corretamente dimensionado.
O pico de sobre tensão, durante o início do corte do mosfet, fica controlado. A tensão neste instante fica menor que a tensão de ruptura do mosfet, garantindo que ele não saia da região segura de funcionamento.
A taxa de comutação no instante do corte (dv/dt) não fica tão rápida a ponto de fazer o mosfet conduzir, nem tão lenta, a ponto de gerar sobre dissipação no mosfet.
A potência dissipada no resistor do snubber é controlada (cerca de 1W aprox.)
A oscilação, no instante em que a corrente de secundário vai à zero, fica com poucos ciclos e sua tensão cai um pouco abaixo da tensão de alimentação, porém não tende a ir a zero.
Qual é o valor ideal do resistor e do capacitor do snubber?
Há uma fórmula (que não me lembro agora) que dá estes valores, porém o importante é ajustar os valores obtidos até verificar as condições expostas no item 3. Procure na internet que você acha as duas expressões.
Um antepenúltimo detalhe.
Os dois diodos (D2 e D3) devem ser rápidos e o 1N4007 não é rápido. Porém é uma solução mais barata e funciona. Só que as formas de onda durante as comutações ficam piores. É como se tivesse um capacitor de valor não desprezível em paralelo com eles.
Um penúltimo detalhe. Não conheço o funcionamento do integrado, para poder lhe dizer por que o problema da realimentação.
Um último detalhe.
Você blindou o trafo? (Tira de cobre por FORA do núcleo e enrolamento; envolvendo o gap. Sua largura pode ser a altura do carretel. Soldar as extremidades e conectá-lo ao terra.)
Ha... já ia me esquecendo... Normalmente as fontes flyback precisam de um consumo mínimo na carga (quando sem realimentação), ou o CI tem que interromper a oscilação. Se a carga for retirada, a tendência é de aumentar a tensão de saída até valores que algum componente entre em condução e queime por sobre dissipação. Por outro lado, este tipo de fonte não queima se na saída ocorrer um curto circuito (garantido quando não tem o CI).
MOR_AL